O VMB acontece dia 20 de outubro, a mudança é bem mais radical: só quatro dos 11 premiados serão escolhidos pelo povo, e o Restart não recebeu nenhuma indicação.
O VMB foi motivo do mesmo tipo de vaia em 2010, quando o Restart faturou cinco dos 14 prêmios, graças a suas centenas de milhares de seguidores no Twitter. Por isso mesmo, a MTV decidiu pegar as rédeas da situação e, nesta 17ª edição, o público só pode votar nas categorias WEBCLIPE, WEBHIT, HIT DO ANO e ARTISTA INTERNACIONAL. Além disso, todos os concorrentes foram escolhidos por uma "academia" de jurados, e a lista de indicados está cheia de artistas como o rapper Emicida e as bandas indie Copacabana Club e Mambojó.
O VMB não é uma premiação popular. O que vale para nós é o olhar da MTV sobre a música brasileira, e estávamos nos afastando disso. A premiação também não representava mais a realidade, pois as bandas adolescentes engoliam as outras com a votação maciça dos fãs, que passam o dia conectados. Mas o VMB não é o prêmio da Restart - resume o diretor de programação da MTV Brasil, Zico Goes.
Na leitura da crítica especializada, o VMB não representa a paisagem nacional, enem mesmo a orientação dos canais. A MTV busca em boa parte dos seus programas, ser referência de qualidade musical, e não apenas vitrine para os artistas com mais público. Editor-chefe da revista "Rolling Stone" Brasil, Pablo Miyazawa é jurado do VMB. Ele vê essas mudanças de posição como uma busca por credibilidade.
A imagem dos prêmios se desgastou nos últimos anos, desde que as redes sociais se tornaram um espaço altamente crítico. O público que não curte as bandas adolescentes vê os resultados do voto popular apenas como uma representação da quantidade, e não da qualidade dos ganhadores - observa o jornalista.
De acordo com Zico Goes, o objetivo da MTV é filtrar e lançar tendências, e convocou para seu quadro de VJs, este ano, nomes como China, Chuck Hipolitho e, mais recentemente, o rapper Emicida. Todos nomes respeitados da cena musical.
A imagem dos prêmios se desgastou nos últimos anos, desde que as redes sociais se tornaram um espaço altamente crítico. O público que não curte as bandas adolescentes vê os resultados do voto popular apenas como uma representação da quantidade, e não da qualidade dos ganhadores - observa o jornalista.
De acordo com Zico Goes, o objetivo da MTV é filtrar e lançar tendências, e convocou para seu quadro de VJs, este ano, nomes como China, Chuck Hipolitho e, mais recentemente, o rapper Emicida. Todos nomes respeitados da cena musical.
Hoje, na MTV, existe até um toque de recolher para bandas teen. A partir das 20h, esses grupos não aparecem mais na programação. Não queremos ser um canal só para adolescentes - afirma Zico.
Um dos pivôs dessas mudanças, o guitarrista Pedro Lucas, o Pe Lu, do Restart, sabe que é difícil para outras bandas competirem com o exército de fãs que votam sem parar, incentivado pelos próprios ídolos. Apesar disso, ele considera a reação exagerada:
Fico triste de não participar (do VMB), mas acho legal ver esse espaço para outros artistas que adoro, como o Marcelo Camelo e a banda CW7 - diz o músico, antes de criticar: - Os prêmios entregues por um júri retratam o gosto de poucas pessoas. A música nacional é mais abrangente do que a opinião de um grupo seleto.
Pelas redes sociais, já se pode ver algumas reações às mudanças. Muita gente lamentou perder a chance de votar em seus ídolos (no caso do VMB). Mas pessoas ligadas ao universo fonográfico elogiam.
Para o jornalista José Emilio Rondeau, autor do livro "Sexo, drogas e Rolling Stones" (Agir), a oportunidade para bandas novas se destacarem aumentou:
Para o jornalista José Emilio Rondeau, autor do livro "Sexo, drogas e Rolling Stones" (Agir), a oportunidade para bandas novas se destacarem aumentou:
Os especialistas em música poderão apresentar novos sons aos espectadores e isso é saudável, pois amplia o conhecimento musical de quem está vendo.
Fonte: O Globo
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